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15/05/2017
Odontologia Hospitalar do HC-FMUSP:
treinamento árduo para o para o CD
O
Curso de Odontologia Hospitalar do HC/FMUSP foi criado em1986, em
modelo de Residência, com dois anos de duração em tempo integral.
“O objetivo foi e continua sendo o de formar cirurgiões- dentistas
preparados para trabalhar no nível de complexidade de um hospital
terciário e universitário em todas as áreas de atuação da
Odontologia necessárias em ambiente hospitalar, explica o presidente
do Comitê Assistencial Técnico-Científico em Odontologia Hospitalar
(CAOH), prof. José Tadeu Tesseroli de Siqueira, (foto) da Equipe de Dor
Orofacial (Edof) da Diretoria de Odontologia do Instituto Central do
HC-FMUSP.
“Portanto – explica Tesseroli -, a Residência visa atender pacientes
com maior nível de risco e complexidade médica, próprios de
hospitais, e que necessitam de avaliação e tratamentos
odontológicos. No entanto, toda a equipe trabalha com foco na
necessidade de manter a saúde bucal dos pacientes internados no
complexo do Hospital das Clínicas da FMUSP.”
A
Odontologia do HC-FMUSP conta atualmente com mais de 100
cirurgiões-dentistas em diversas especialidades, incluindo alunos de
Aprimoramento, Residência e Especialização em Odontologia
Hospitalar. Os cirurgiões-dentistas fazem parte do corpo clínico do
hospital e trabalham interagindo com a área médica, em suas diversas
especialidades, e com as demais áreas de profissionais de saúde da
instituição, explica o presidente do CAOH.
Doenças bucodentais infecciosas
- Para Tesseroli, a importância desse trabalho é reforçada pela
prevalência de doenças bucodentais infecciosas, que ainda é alta na
população mundial e certamente também no Brasil, particularmente nas
populações mais carentes (MS, 2010). Quando crônicas, como a doença
periodontal, e especialmente a periodontite, são consideradas
fatores de risco para inúmeras doenças sistêmicas. “A despeito do
reconhecimento da necessidade de eliminação de infecções crônicas do
organismo, ainda persiste a noção leiga de que essas doenças
infecciosas bucais não são deletérias. Mas, como qualquer outra
infecção, elas afetam o organismo, local e ou sistemicamente”,
destaca.
“Além disso, dor orofacial persistente, fraturas e traumatismos
faciais, tumores e deformidades faciais e o câncer bucal são motivos
frequentes de procura por assistência à saúde em um hospital
universitário, muitas vezes relacionados a condições complexas de
diagnóstico e tratamento,” explica.
Ele
acrescenta ainda que “a Odontologia Hospitalar é mais um conceito do
que uma especialidade. Nela a Odontologia generalista ou
especializada é aplicada numa população mais crítica do ponto de
vista da saúde. Portanto, ela é indispensável a qualquer hospital
geral, pois as doenças, desde as corriqueiras como a cárie e a
doença periodontal, até graves como o câncer bucal continuam
prevalentes na população em geral”, especifica o professor.
Crianças, as mais susceptíveis
– É importante realçar que as crianças, particularmente nas
populações mais carentes, são mais susceptíveis às doenças
bucodentais infecciosas e que essas doenças, por sua vez, podem
afetar tanto sua condição sistêmica como seu bem-estar e qualidade
de vida. Para ele, é fundamental incrementar medidas de Atenção
Odontológica, tanto preventivas, como curativas.
As
doenças sistêmicas ou crônicas e os focos infecciosos bucais podem
comprometer procedimentos médicos de alta tecnologia, portanto de
alto custo, como enxertos e transplantes, além do risco à vida do
paciente.
Semana na Saúde Bucal -Dentro
deste conceito de focar na saúde bucal dos pacientes internados, o
Comitê Assistencial (CAOH) promoveu a 2ª- Semana de Saúde Bucal do
HC em alusão ao Dia Mundial de Saúde Bucal, para conscientização das
equipes internas. Foi uma oportunidade de reforçar também a
aproximação com a Associação Brasileira de Cirurgiões-dentistas (ABCD),
tendo a presença do presidente Silvio Cecchetto, que destacou o
papel relevante da Odontologia Hospitalar dentro do complexo
HC-FMUSP e frente ao paciente e à profissão.
De
acordo com Tesseroli, associações de classe como a ABCD são
fundamentais para apoio e suporte profissional, conhecendo e
divulgando as diversas áreas de atuação profissional, incluindo as
inovadoras. “Tudo isso auxilia na discussão e entendimento de
questões complexas da Odontologia e na implementação de protocolos e
condutas benéficas aos pacientes e à comunidade,” afirma Tesseroli.
Trabalho em equipe
- O CAOH é um colegiado formado pelos diretores, supervisores e
líderes dos serviços de Odontologia que compõe o Complexo
Hospitalar, presidido elo prof. José Tadeu Tesseroli de Siqueira, na
foto acima com Silvio Cecchetto e a comissão organizadora da 2ª- Semana de
Saúde Bucal do HC-FMUSP-CAOH, integrada por Camila Eduarda Zambon,
Sumatra M.C.P. Jales e Rita de Cássia D´Ottaviano Napole.
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