Ano XXI nº 244 -

Edição 244 - fevereiro 2018

21/02/2018

 

 

Semana Gravidez sem Álcool
para evitar riscos à saúde de bebês

A Síndrome Alcoólica Fetal (SAF), aprovada em 2016 pela Câmara Municipal de São Paulo e que trata da conscientização sobre a questão, é comprovada cientificamente prejudicial ao bebê, causando problemas graves e irreversíveis. Estes danos podem surgir logo ao nascimento ou mais tarde e perpetuam-se pelo resto da vida.

A SAF apresenta diversas manifestações, desde malformações congênitas faciais, neurológicas, cardíacas e renais, mas as alterações comportamentais estão sempre presentes.

 O objetivo da legislação é combater a desinformação, possibilitando que as futuras mães saibam os riscos a que estão expondo seus bebês. Porém, a lei não vem sendo aplicada, portanto não gera os efeitos esperados e o Ofício nº 46 /2018 da Câmara Municipal de São Paulo solicita medidas para o cumprimento urgente da normativa.

Evitar álcool quando decidir engravidar --  Recente estudo divulgado nos Estados Unidos, com cerca de 14 mil crianças filhas de mães que beberam durante a gravidez, traz resultados assustadores. Em San Diego e outras três cidades americanas concluiu-se que 222 crianças eram portadoras da SF e os médicos dos EUA estão alertando as grávidas a não ingerir nem uma gota de álcool a partir do momento em que decidam engravidar.

A SAF contabiliza, mundialmente, de 1 a 3 casos por 1000 nascidos vivos. No Brasil não há dados oficiais do que ocorre de norte a sul sobre a afecção; entretanto, existem números de universos específicos.

Estudo: 33% das mães bebiam - Para ter uma ideia, no Hospital Municipal Maternidade-Escola de Vila Nova Cachoeirinha, um estudo com 2 mil puérperas e seus filhos apontou que 33% bebiam mesmo esperando um bebê. O mais grave: 22% consumiram álcool até o dia de dar à luz.

 “É fundamental ressaltar que o melhor caminho é realmente a prevenção” completa a dra. Conceição Aparecida de Mattos Ségre, do Grupo de Prevenção dos Efeitos do Álcool na Gestante, no Feto e no Recém-Nascido da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP). “Não há qualquer comprovação de uma quantidade segura de bebida alcoólica que proteja a criança de qualquer risco. Neste caso, a gestante ou a mulher que pretende engravidar deve optar por tolerância zero à bebida alcoólica”.

Consequências - No decorrer do desenvolvimento infantil, os resultados da SAF como o dismorfismo facial atenua-se, o que dificulta o diagnóstico tardio. Permanece o retardo mental (QI médio varia de 60 a 70), problemas motores, de aprendizagem (principalmente matemática),sendo a memória, fala, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, entre outros. Adolescentes e adultos demonstram problemas de saúde mental em 95% dos casos, como pendências com a lei (60%); comportamento sexual inadequado (52%) e dificuldades com o emprego (70%).

 Campanha SPSP  - A Sociedade de Pediatria de São Paulo, em conjunto com a Sociedade Brasileira de Pediatria, mantém a campanha permanente #gravidezsemalcool visando conscientizar as futuras mamães sobre o risco da ingestão de qualquer quantidade de álcool durante a gestação.

SA A iniciativa estimula o combate à Síndrome Alcoólica Fetal (SAF). Tem apoio institucional da Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Estado de São Paulo (SOGESP), contando ainda como parceiras a Academia Brasileira de Neurologia, Associação Paulista de Medicina, Associação Brasileira das Mulheres Médicas, Marjan Farma e Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), além da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. 

 

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