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Odontologia nostra - Quo vadis?
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Cibele Comerio-Kappert

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De volta a Alemanha fui obrigada, a deixar no controle da alfândega aquele clima pré carnavalesco-2000, que, como todos os outros deverá ser o melhor do milênio. As always...Os quilos de prospectos do 19º CIOSP ajudaram, junto com as 24 latas de guaraná da Brahma, para um excesso de bagagem considerável.

Porém existem determinados princípios de estilo, cuja fidelidade constitui quase uma obrigação moral,. Mas estavamos na terra onde ainda para tudo é possível "dar um jeitinho", e, no final, entre mortos e feridos, salvaram-se todos. Minhas impressões, como dentista brasileira, que há vários anos não participava do maior congresso latino americano de odonto, foi de surpresa misturada com otimismo.

Ficou claro que aquele conhecido presidente norte-americano tinha razão ao dizer que para onde for o Brasil, atrás vai a America Latina. Nacionalismo piegas? Não, apenas a constatação de um fato irrefutável. Além de um crescimento marcante das firmas nacionais, estavam representados quase todos os países possuidores de tecnologia avançada, incluindo alguns até do leste europeu. Até os russos.

E a quantidade de firmas italianas ! Ecco, siamo tutti oriundi, ou quase.

No meu ponto de vista, o pavilhão alemão, que podia ser visto de longe, através de um painel situado acima do stand , onde podia ser lido: " Made in Germany", conseguiu, com as quase 30 firmas ali representadas, informar tanto o dentista, como também o técnico dental brasileiro, dos produtos de primeira linha, que estão sendo usados atualmente aqui, nos laboratórios protéticos mais modernos, e testados pelos pesquisadores certificados pela ISO e CEN, nos centros de prova autorizados das universidades e institutos de renome na Alemanha.

Como pesquisadora da área de biomateriais, foi para mim uma satisfação receber o convite para dar assessoria a firma Wieland, de metais preciosos, para o lançamento na América Latina do Sistema AGC de Eletrodeposição, cujos testes mecânicos, clínicos e de biocompatibilidade estão sendo feitos há mais de 10 anos no nosso laboratório GLP para odontologia experimental da Universidade Albert-Ludwig, em Freiburg. O Dr. Christian Köhler, presidente da firma Wieland, é de opinião que a adaptação marginal imbatível do Sistema AGC, deve-se ao fato de que os íons de ouro puro são eletrodepositados exatamente sobre o preparo, através de um sistema galvânico feito com um banho de ouro, evitando assim o processo de fundição, onde temos pelo menos 66 possibilidades de erro, que irão comprometer a adaptação final da peça.

O espectro de indicações é bastante amplo, passando por coroas, inlays, onlays e pontes, que tanto podem ser metalo-cerâmicas, como também metalo-plásticas, além da possibilidade da confecção de supraestruturas para implantes, que ao meu ver sempre foi o calcanhar de Aquiles da implantologia brasileira, devido a formação bastante restrita de cursos de especialização de técnicos dentais para próteses sobre implantes, e concentrados no eixo sul-sudeste do Brasil.

Uma outra vantagem é que se usa um terço da liga áurica neste processo, em comparação ao que seria necessário no caso de uma fundição tradicional. Além disso o processo é todo computadorizado, o que diminui o risco de erros por falha humana.

Eu pergunto: precisa mais?

A criatividade brasileira, como sempre, surpreendeu os expositores internacionais, acostumados a estratégias de marketing tradicionais.

A idéia de colocar uma dançarina do programa do Gugu, com um mínimo indispensável de decalques, em locais estratégicos, para fazer propaganda de um produto odontológico, sem com isso ferir a moral dos mais pudicos, deixou a maioria dos estrangeiros em estado semelhante a um choque anafilático.

"Terra adorada, entre outras mil és tu Brasil, ó Pátria amada, dos filhos deste solo és mãe gentil, Pátria amada Brasil!

Parabéns pela passagem do aniversário de 500 anos!


* Cibele Comerio-Kappert, cirurgiã-dentista brasileira, é pesquisadora na Universidade de Freiburg (Alemanha)


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