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Ano VI - Nº 88 - Julho de 2004
 

Mini-estúdio Fotográfico Odontológico

Ivan Yoshio O. Faccirolli*
Ricardo Ferreira de Paula

Na próximas edições

  • Difusor - Melhorando suas fotografias

 

Introdução

A fotografia na Odontologia é de extrema importância, porém ultimamente não tem se dado ênfase o suficiente às fotografias de modelos ou objetos. Nas fotografias de modelos e objetos constantes em congressos e publicações, tem se observado uma baixa qualidade, prejudicando até o entendimento do artigo no geral.

No presente trabalho é apresentada uma forma simples de promover qualidade às fotografias de modelos odontológicos e objetos, através de um Mini-estúdio Fotográfico Odontológico.

O que é chamado de “mini-estúdio fotográfico odontológico” nada mais é que um conjunto de rebatedores de luz. Eles ficam dispostos paralelamente de forma a eliminar sombras ao redor do objeto a ser fotografado. Deve funcionar em conjunto com uma iluminação adequada que virá de uma luz auxiliar e luz ambiente.

Com o uso de rebatedores as sombras são eliminadas, pois a luz é rebatida nas paredes brancas do mini-estúdio, chegando por todos os lados do objeto. Portanto, com o uso de luz auxiliar e rebatedores, consegue-se boa iluminação e sem sombras. A câmera em modo automático se ajusta conferindo menor abertura de diafragma, portanto maior profundidade de campo e proporcionando imagem nítida.

Princípios básicos de fotografia

Para entendermos um pouco mais sobre o mecanismo da fotografia digital e convencional há necessidade de se ter um conhecimento de alguns princípios básicos e conceitos sobre fotografia.

Objetiva

É um sistema ótico composto por lentes que projeta a luz sobre o filme ou sensor fotográfico. Nas fotografias intra ou extra-oral utilizamos objetivas de macro que permitem fotografias de distâncias de apenas alguns centímetros, ideal para mostrar detalhes.

Diafragma

É o orifício de abertura que controla a quantidade de luz que atinge o filme ou o sensor fotográfico. É representado pela letra “f”. Quanto maior a letra “f” menor é a abertura do diafragma e vice e versa.

Profundidade de campo

É referente às áreas mais próximas e mais afastadas da câmera que aparecem nítidas na fotografia.  Quanto menor a abertura do diafragma maior é a profundidade de campo. Na Odontologia utilizamos uma profundidade de campo média ou grande para se conseguir fotos do interior da cavidade oral com nitidez, ou seja, a letra “f” tem que ter um número grande.

Velocidade do obturador

Obturador é um conjunto de “cortinas” que determina o tempo em que a luz incide sobre o filme ou sobre o sensor fotográfico. Quanto maior a sua velocidade menor é o tempo de incidência de luz. Em fotografias da cavidade oral, quando se utiliza, por exemplo, um flash circular, a velocidade deve ser alta e sem o flash a velocidade deve ser baixa para captar mais luz.

Rebatedor

O rebatedor é utilizado quando não se deseja uma luz direta e intensa. Consiste de paredes brancas onde a luz natural, do flash ou auxiliar, é rebatida e transmitida de forma suave.

Material e método

O mini-estúdio fotográfico odontológico aqui apresentado é de fácil construção, manuseio, de baixo custo e de fácil aplicação.

Para sua confecção foram utilizados os seguintes materiais: quatro folhas de papel cartão de 65,00 x 45,00 cm, uma luminária de mesa e um tecido acamurçado de 50,00 x 50,00 cm, cor lisa e fosca, preferencialmente de cor escura, nesse caso azul marinho. Todo o material citado foi adquirido em papelaria comum e loja de tecidos, com um custo total aproximado de R$25,00.

 Primeiramente é desenhado na parte parda do papel a marca da dobra com 40,00 cm, deixando uma aba de 10,00 cm na extremidade para efetuar a colagem na próxima folha. Os lados terão 40,00 x 40,00 cm. Colar as partes com as abas para fora de modo que se forme uma caixa vazada. Depois de realizados o recorte e a colagem das partes do papel, ele é dobrado de forma que a parte branca fique para dentro, formando as paredes do mini- estúdio. O tecido é colocado no fundo como base do mini-estúdio, fornecendo maior contraste para o objeto fotografado. Assim o mini-estúdio pode ser desmontado ou dobrado e transportado para qualquer local.

Foram estabelecidas essas dimensões para que seja de fácil montagem e confecção, fornecendo espaço suficiente para dois modelos (figura 1); exemplo de fotografia com o mini-estúdio (figura 2).

Discussão

A construção do mini-estúdio não é muito trabalhosa, porém precisa-se de um pouco de tempo. É possível confeccioná-lo com outros materiais, utilizando os mesmos princípios de fotografia. Um exemplo seria a utilização do isopor, conferindo um aspecto mais robusto e menos frágil, porém sua execução é mais trabalhosa.

Para a utilização do mini-estúdio deve-se verificar a distância ideal para se fotografar e configurar a máquina fotográfica da seguinte forma: selecionar o modo macro, balanço de branco no automático (para câmera digital), ISO 100 (filme ou sensibilidade digital) e o controle de exposição (EV) deve ficar de acordo com a luz ambiente e a potência da luz auxiliar escolhida. A luz da luminária deve estar um pouco distante e voltada para uma das paredes, fazendo com que ela chegue por todos os lados do objeto. Algumas configurações poderão variar de acordo com a sensibilidade de cada máquina fotográfica e também pela potência da luminária. Caso isso ocorra, é possível utilizar outras configurações da própria câmera que confiram as mesmas características descritas.

Com  correta utilização, a realização das fotografias fica mais prática, rápida e com melhores resultados.  As fotografias podem ser feitas com qualquer tipo de máquina fotográfica, sendo digital ou convencional.

Índice de Figuras

 

Figura 1:

(Mini-estúdio pronto e montado)

 

Figura 2:

(Exemplo de fotografia)

 

Bibliografia

1. BUSSELE, MICHAEL; Tudo sobre Fotografia; Editora Livraria Pioneira; 6ª ed.; 1993; São Paulo.

2. HEDGECOE, J. Manual de Técnica fotográfica, 1. ed., Madrid, H. Blume    Ediciones, 1978. 352p.

3.  KODAK, PUBLICAÇÃO TÉCNICA; Princípios Básicos da Fotografia Aplicados à Odontologia, Rudolf K. Reimerink; 1ª ed.; 2002; SP

4.  A História da Fotografia (Date Posted: Jun, 14, 2001) Publicação H-2/01 - R&RR - Produzido para a Kodak Brasileira Com. e Ind. Ltda. Por Rudolf K. Reimerink - 2/2001 - os olhos do mundo.

5. Guia da Foto Digital 2004, edição 219-A, Info-Exame, Editora Abril.


*Ivan Yoshio O. Faccirolli – Cirurgião-dentista formado pela Faculdade de Odontologia da PUC-Campinas, cursa Especialização em Dentística Restauradora Estética pela ACDC (APCD-Campinas) e está preparando monografia sobre Fotografia Digital na Odontologia.E.mail:ivanyoshio@uol.com.br

** Ricardo Ferreira de Paula  - Cirurgião-dentista formado pela Faculdade de Odontologia da PUC-Campinas, cursa Especialização em DTM e Dor Orofacial pela ACDC(APCD-Campinas).

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