A raiva
é uma reação de defesa do organismo, importante fator de
sobrevivência, presente em todos os animais.
É
desencadeada quando nos sentimos em perigo ou ameaçados em nossa
auto-estima, dignidade, quando recebemos tratamento injusto,
humilhação, quando nossos direitos não são respeitados ou quando nos
frustramos na busca de um objetivo importante.
Talvez
seja a emoção mais difícil de controlar.
Pode se
manifestar em duas fases. Na primeira há um pico de energia para uma
ação imediata de luta que dura minutos, sendo uma reação praticamente
automática. Num segundo momento, caso não haja resolução da situação,
a continuidade do estímulo da adrenalina na corrente sangüínea mantém
o cérebro em estado de prontidão para reações posteriores. Esta fase
pode durar dias e aparecem os pensamentos que servem de novos
estímulos para realimentação da raiva. Cada pensamento decorrente da
raiva desencadeia outra reação de raiva. Neste estágio, se o organismo
é irritado, poderá haver reações de grande magnitude. Neste momento as
pessoas não perdoam, as emoções dominam o pensamento racional. O alto
nível de excitação faz com que a mente gire em torno de retaliação,
vingança, represálias e as conseqüências podem não ser avaliadas. Ao
contrário da tristeza, a raiva energiza o organismo. Quanto mais a
raiva for alimentada, mais difícil será o seu controle.
Além da
resposta brusca a uma frustração imediata, a raiva poderá ir sendo
fomentada por pensamentos de vingança em autênticas ruminações, numa
reação física e psicológica extremante prejudiciais para a saúde
física e mental. O estado crônico ou prolongado pode desencadear
inúmeras doenças físicas e psicológicas.
O
controle da raiva requer a identificação precoce de seus primeiros
indícios. Os primeiros pensamentos hostis que a detonam devem ser
avaliados e refutados através da contra-argumentação. Se isso não é
feito, a bola de neve transforma-se numa avalanche incontrolável.
Além de
rever os fatores iniciais , devemos procurar desautomatizar a reação,
pelo ganho de tempo, pela distração e pela prática de mecanismos
alternativos de descarga, até “baixar a poeira”. Afastar-se da
situação, tentar alguma forma de relaxamento, socar uma almofada,
engajar-se numa atividade prazerosa, escrever sem censura tudo o que
pensa (“desabafar por escrito”) e só então procurar conversar
racionalmente com a outra pessoa.
Dicas para o controle da raiva
-
1. Aprenda a ouvir atentamente. Procure inverter os papéis,
colocando-se no lugar da pessoa.
-
2. Não humilhe nem ofenda a outra pessoa ao declinar seu
descontentamento. Refira-se ao comportamento, à situação, ataque o
problema, não a pessoa.
-
3. “Esfrie” a cabeça aos primeiros sinais de raiva, conforme foi
dito anteriormente.
-
4. Aprenda a dizer de forma adequada o que não gosta em relação ao
comportamento do outro.
-
5. Cultive mecanismos de descarga, como exercícios físicos,
relaxamento, relacionamentos, lazer.
-
6. Tolere as diferenças. Muitas situações de raiva surgem quando não
toleramos formas de pensar ou agir diferentes das nossas. Desejos,
opiniões, valores não são padronizados.Exercite a tolerância, a arte
de conviver com diferenças. Lembre-se, a pessoa é apenas diferente e
não “melhor ou pior que”. Negocie, faça acordos e notará que isso
diminui a frustração social. Será que você explode porque as coisas
ocorrem fora do previsto ? Aprenda a esperar, tolerar e notará
diminuição progressiva da raiva.
-
7. Isto funciona em níveis moderados de raiva. Nos casos em que há
exacerbação da raiva pode ser indispensável ajuda psicológica.
-
8. EXPLOSÕES e agressões aumentam a descarga de adrenalina e não
resolvem, além de levar à culpa depois.
|