Ano VII nº 101 -

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Cortei os cabelos, sim

Maurício Cintrão*


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As pessoas que não me vêem há muito tempo, estranham quando me encontram com cabelos curtos. Pois é, cortei os cabelos, sim. O chato dessa história não é a expressão de desagrado o aprovação de quem revela o espanto. É a pergunta quase automática que segue o olhar espantado: “o que você fez com o seu rabinho”?

Por favor, peço a compreensão dos leitores. Eu usava cabelo comprido amarrado em rabo de cavalo. É a respeito desse rabo que as pessoas se referem. Sei que fica estranho tratar de assunto tão banal em uma crônica, mas é que estou ficando sem jeito com essa coisa de ficarem lamentando a perda do meu rabo.

Amigos, os tempos mudaram. Os dias estavam mais quentes, os xampus mais caros e eu queria mudar o visual. Foi por isso que cortei os cabelos. Hora dessas retomo a velha imagem de rebelde sem causa. Continuo sem causas, meio rebelde, mas com cabelos curtos.

Aos que insistem em perguntar sobre meu rabo, digo que me candidatei a um cargo de gerente de supermercado. É brincadeira, é claro, mas alguns acreditam e fazem aquela cara pouco disfarçada de “poxa, a que ponto chegamos!”. Outros ficam em dúvida. Mas olham desconfiados, como se eu tivesse jeito para a coisa (de gerente, por favor, não confundam).

O fato é que estou de cabelos curtos. Mas não é preciso preocupação. Cortei os cabelos e não o cérebro. Esse continua no mesmo lugar, com as mesmas qualidades e limitações de sempre. Desisti de tentar ativar o percentual adormecido da massa encefálica (que é enorme – o percentual, não a massa). Deixe que durma. Vai que eu resolva começar a ter idéias diferentes... 

Porque essa coisa de atiçar as forças da natureza é um perigo. Já imaginou se adquiro repentinamente poderes telepáticos? Ficaria preguiçoso e só publicaria crônicas pelas ondas cerebrais. Ou perderia meu espírito esportivo e ficaria interferindo nas conversas chatas das pessoas à minha volta. Poderia até provocar revelações bombásticas em almoços sociais (por parte dos outros, é claro).

Não posso deixar de imaginar aquela mulherona no carro ao lado, parada no farol ao meu lado, ouvindo de dentro de seu cérebro: “sorria para o gordinho sem rabo, sorria para o gordinho sem rabo”. E ela sorriria, encantada, menos pelo charme do gordinho, mais pela estrambólica mensagem do “sem rabo”. E seguiria seu curso sorrindo e pensando coisas do tipo: “coitado, sem rabo!”.

Não, não, chega. Não me levem a perder o rumo da prosa. Eu apenas cortei os cabelos. Ou melhor, mandei cortar meus cabelos. A artista foi a Cida, que deve ter sentido dor no coração de ter cortado meu rabo. Porque cabeleireira boa do ramo, já estava imaginando banhos e tratamentos para que o cabelão ganhasse mais viço e cor. Mas teve que cortar e ponto final.

Portanto, gostaria de esclarecer de uma vez por todas. Por conta de razões absolutamente pessoais, pedi à Cida que cortasse meus cabelos. Fiquei mais leve, mais fresquinho (no sentido climatológico da palavra). E até que acostumei bem. Tanto que acabo me espantando quando alguém me encontra na rua e pergunta: “o que você fez com seu rabinho?”. Justo agora que preciso ir ao proctologista...

**Maurício Cintrão - jornalista e cronista e escreve semanalmente para o Jornal do Site Odonto - E-mail: cintrao@uol.com.br

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