CORPO&CUCA
13/01/2010
Confira oito dicas
para não perder a memória
Você vive se perguntando
se trancou o carro ou não? Já perdeu a conta de quantos guarda-chuvas
comprou no último mês? Esqueceu completamente o nome daquele diretor de
cinema que adora? Pois saiba que os famosos "brancos" não escolhem idade ou
sexo na hora de atacar. "Embora, com o envelhecimento, a memória fique
naturalmente mais lenta, é cada vez maior o número de jovens e adultos que
se queixam de certa dificuldade para relembrar fatos. Isso porque a nossa
memória, hoje em dia, é mais exigida, já que temos múltiplas atividades",
disse o chefe do Setor de Neurologia do Comportamento da Unifesp
(Universidade Federal de São Paulo), Paulo Bertolucci, coordenador do
Instituto da Memória (IMemória) ao site Terra.
Em outras palavras, a
culpa por tantas falhas no nosso arquivo de dados é o estilo de vida
moderno. Como temos acesso a muitas informações e somos obrigados a
desempenhar diversas tarefas ao mesmo tempo, não conseguimos dar a atenção
necessária a cada uma delas. Assim, o processo de memorização fica
prejudicado logo no início, por causa da sobrecarga.
Para entender melhor por
que esses lapsos acontecem, vale saber mais sobre o funcionamento do nosso
mecanismo de lembranças. "A memória se desenvolve em três estágios,
começando pela codificação, que é o processo de atribuir um significado ao
que se está vendo, ouvindo ou de alguma forma vivenciando, para, depois,
relacionar isso com experiências prévias. Num segundo momento, ocorre o
armazenamento, que é um processo não consciente de reensaiar a informação,
para que se estabeleça um traço de memória no cérebro. Por último, acontece
a recuperação, que é o acesso à informação guardada na mente, quando esse
resgate se faz necessário", afirmou o neurologista.
Felizmente, existem
maneiras de melhorar o armazenamento de dados em nosso cérebro, tornando
mais eficiente todo o esquema de processamento de informações. Confira as
orientações do especialista:
1 - Adotar bons hábitos
alimentares, no dia a dia, é um dos cuidados que faz toda a diferença. Isso
porque doenças como pressão alta, diabetes e alterações do colesterol
oferecem um grande risco às estruturas cerebrais, fundamentais para o bom
funcionamento da memória. "Os cuidados na dieta devem estar orientados no
sentido de prevenir e/ou controlar problemas desse tipo, que, evoluindo,
podem levar a lesões cerebrais importantes", disse o especialista.
Bertolucci também recomenda a ingestão de alimentos ricos em ômega 3, como o
salmão. "Eles funcionam como antioxidantes e, portanto, reduzem as taxas de
lesões de neurônios", afirmou.
2 - Fazer exercícios
físicos regularmente também é uma medida para combater os esquecimentos que
atrapalham a rotina. Além de ajudar a prevenir as complicações decorrentes
da obesidade e os males diretamente relacionados a ela - entre eles o AVC -,
a atividade melhora a circulação cerebral e ainda inibe a deposição de uma
proteína que caracteriza o aparecimento do mal de Alzheimer.
3 - Investir em
atividades intelectuais variadas, por outro lado, é uma maneira de exercitar
a mente. Ler, ir ao cinema, aprender a tocar um instrumento são alguns
exemplos de atitudes que ajudam a manter a memória na mais perfeita forma.
"As atividades intelectuais permitem estabelecer uma melhor reserva
cognitiva, pois provocam uma maior concentração de sinapses, de ligações
entre os neurônios no cérebro", disse Bertolucci.
4 - Apostar no convívio
social também pode ser um excelente remédio para quem anda mais do que
esquecido. "Pessoas que estão interessadas em tudo o que acontece ao seu
redor, que trocam informações e estão abertas para o novo, são, em geral, as
que possuem uma memória melhor", afirmou. A interação pressupõe
disponibilizar certo tempo para estar em contato com amigos e familiares.
5 - Dormir as horas
suficientes para sentir-se realmente descansado é outro bom hábito que ajuda
a preservar as recordações. Afinal, enquanto descansamos, o cérebro continua
trabalhando, inclusive, para dar conta de consolidar a memória, armazenando
as informações recebidas ao longo do dia.
6 - Controlar o estresse
também significa interferir positivamente no processo de memorização,
melhorando a atenção, que é um pré-requisito para o armazenamento de dados
em nossa mente. Investir em atividades de lazer e em exercícios de
relaxamento podem ser, portanto, alternativas para blindar-se contra as
preocupações exageradas e o nervosismo que desestabilizam corpo e mente.
7 - Memorizar mais, em
situações da rotina, pode ser uma estratégia para treinar o cérebro,
aumentando sua eficiência. Tente se lembrar dos números de telefone que
costuma discar, do que precisa comprar na feira, dos nomes dos principais
personagens daquele livro que acabou de ler. Outra maneira de desafiar a
mente é adotar passatempos como o xadrez e as palavras-cruzadas. Porém, não
basta realizar as duas atividades de forma mecânica. O interessante é tentar
memorizar as jogadas do adversário ou as novas palavras que aprende.
8 - Evitar alguns
medicamentos pode ser outra saída para os impasses em relação ao
armazenamento de dados importantes. "Tranquilizantes, hipnóticos e alguns
antidepressivos podem interferir na atenção, prejudicando, portanto, a
memória", disse o neurologista. Quem toma remédios desse tipo e está notando
dificuldades de memorização, pode até conversar com o médico que o
acompanha, investigando a possibilidade de trocar o medicamento de uso
contínuo por outro similar, mas que não apresente o efeito adverso.
Fonte: Terra
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