Saúde
Edição 152 -
10/04/2010
Estresse favorece o desenvolvimento
de tumores
Uma pesquisa realizada por um grupo da
Universidade Yale, nos Estados Unidos, e publicado primeiramente no
site da revista Nature indica que o estresse emite sinais que
fazem com que células desenvolvam tumores.
O estudo descreve uma nova maneira pela
qual o câncer age no organismo e aponta novos caminhos para combater a
doença. O grupo liderado por Tian Xu, professor e vice-presidente do
conselho de genética de Yale, mostrou que mutações que causam câncer
podem atuar em conjunto para promover o desenvolvimento de tumores
mesmo quando localizados em diferentes células em um mesmo tecido.
A equipe trabalhou com moscas-das-frutas
(Drosophila melanogaster) para analisar as atividades de dois
genes conhecidos pelo envolvimento no desenvolvimento de tumores no
home. O primeiro é o chamado RAS, que já se mostrou implicado em 30%
dos cânceres. O outro é o gene scribble (“rascunho”), que
contribui para o desenvolvimento de tumores quando sofre mutação.
Uma célula com apenas a mutação RAS é
capaz de se desenvolver em um tumor maligno se auxiliada por uma
célula próxima que contenha um gene scribble defeituoso.
Em seguida, os pesquisadores observaram
que condições estressantes, como uma ferida, podem disparar o
desenvolvimento do câncer. Por exemplo, células RAS se desenvolveram
em tumores quando um ferimento foi induzido em um tecido.
O mecanismo por trás do fenômeno,
segundo os pesquisadores, é um processo de sinalização conhecido como
JNK, que é ativado por condições de estresse. Diversas condições podem
disparar a sinalização de estresse, seja o estresse físico ou
emocional, infecções ou inflamações.
O artigo Interaction between RasV12
and scribbled clones induces tumour growth and invasion (DOI:
10.1038/nature08702), de Tian Xu e outros, pode ser lido por
assinantes da Nature em
www.nature.com.