Edição 195 - 12/12/2013
Quase 10 milhões
de brasileiros precisam de cirurgia nos maxilares
Estimativa é feita pelo
presidente do Colégio Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia
Bucomaxilofacial, com base em pesquisas realizadas por institutos
americanos e literatura nacional
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O
procedimento ainda é pouco conhecido e o nome pode até soar
estranho, mas cerca de 10 milhões de brasileiros precisariam se
submeter a uma cirurgia ortognática para a correção de problemas na
maxila ou na mandíbula. A estimativa é feita pelo presidente do
Colégio Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial,
Mario Francisco Real Gabrielli, com base em pesquisas realizadas por
institutos norte-americanos e na literatura nacional da área.
"De acordo com os números, 60% da
população do país necessita de algum tipo de tratamento ortodôntico,
mas 5% só resolveria o problema se passasse pela intervenção
cirúrgica", calcula o cirurgião bucomaxilofacial. Além de deixar o
rosto assimétrico e esteticamente comprometido – fator que na
maioria das vezes provoca o isolamento
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social dos pacientes, pois
precisam conviver com as "brincadeiras" maldosas das pessoas –, ter o
queixo pra frente ou pra trás causa problemas funcionais graves, como
apneia, dores na musculatura do rosto, dores na ATM, enxaquecas
e até disfunções estomacais (devido à mastigação incorreta).
De acordo com Gabrielli, apesar
de ainda ser considerada baixa, a quantidade de pessoas que buscam
informações e decidem iniciar o tratamento cirúrgico vem crescendo.
"O número de pacientes que têm acesso aos tratamentos em clínicas
privadas ou em cursos é cada vez maior, e a quantidade de cirurgiões
que realizam o procedimento também está aumentando." Segundo ele,
quando o problema é moderado e o paciente ainda está em fase de
crescimento, é possível usar técnicas de direcionamento para colocar
os dentes na posição correta, mas, se a pessoa já for adulta, as
compensações ortodônticas não chegam a resultados tão eficazes.
Uso do aparelho ortodôntico
Para que a intervenção cirúrgica possa acontecer, os
dentes de cima e os de baixo precisam estar alinhados em suas
respectivas bases ósseas, e esse posicionamento só é possível com a
utilização de aparelhos ortodônticos fixos. Isso porque, para
compensar o desalinhamento que ocorre entre a maxila e a mandíbula,
os dentes acabam se movimentando pouco a pouco para melhorar a
oclusão da boca. Por essa razão, o uso do aparelho é indispensável
para a realização da cirurgia – o tempo de permanência com ele pode
variar de seis meses a dois anos.
Fonte: Folha Online
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