Ano XX nº 231 -

Edição 231

03/01/2017

 

 

Unip: Pesquisador cria prótese facial em 3D, por smartphone

Com o objetivo de encontrar formas mais acessíveis de desenvolver próteses faciais, Rodrigo Salazar Gamarra (foto ao lado), peruano, especialista em reabilitação bucomaxilofacial e mestre em Odontologia pela Universidade Paulista (Unip), utilizou a câmera de um smartphone comum e os softwares 123D Catch e Meshmixer, da Autodesk (www.autodesk.com), para criar uma técnica mundialmente nova para a reconstrução da face utilizando protótipos impressos em três dimensões.

O trabalho desenvolvido por meio de um software desperta atenção pelo ineditismo, eficiência e baixo custo. Com o objetivo de melhorar a qualidade de vida de pacientes dependentes de próteses faciais, pós-remoção de tumores ou cirurgias invasivas na face, os pesquisadores buscam agora apoio para popularizar a descoberta do novo método.

A inovação do trabalho está na técnica. Utilizando um smartphone, o dentista utiliza a câmera do aparelho para tirar de fotos  do paciente com deformidade facial para captar a sua anatomia. A prótese é então desenhada já no formato 3D com o uso do aplicativo gratuito 123D Cath e depois o molde é impresso diretamente em 3D e transferido para o molde manual até a transformação de uma prótese em silicone e com acabamento próximo à natureza da pele humana. 

 Uma das técnicas de modelagem 3D adotadas consiste em utilizar uma imagem espelhada do lado saudável da face ou de regiões únicas como a do nariz ou dos lábios do paciente ou de um doador digital.

 Um dos pacientes submetido à técnica vive em São Paulo, tem mais de 40 anos e perdeu a órbita direita e parte do nariz em virtude de um câncer de boca. A equipe realizou o processo e, em menos de 20 horas, ele recebeu a prótese de silicone no rosto e pode sair na rua sem precisar usar óculos escuros para esconder o rosto.

 “Existem muitos pacientes com mutilações faciais em decorrência de acidentes e doenças como o câncer. Nem todos podem custear um tratamento convencional. Softwares como o 123D Catch e equipamentos de baixo custo podem viabilizar o acesso ao tratamento e possibilitar que centros clínicos, que ainda não têm tecnologia de ponta, passem a oferecer uma alternativa de qualidade e baixo custo”, afirma Salazar Gamarra.

A pesquisa foi iniciada em dezembro de 2014, como dissertação do Mestrado em Odontologia da Universidade Paulista  (Unip), em São Paulo. Devido aos resultados positivos, o pesquisador se prepara para avançar a pesquisa, agora em um doutorado. A dissertação de Mestrado foi orientada pelo Prof. Doutor Luciano Dib, da Unip, com contribuições da especialista em próteses espaciais Rose Mary Seelaus, da Universidade de Illinois, em Chicago (EUA), e ainda, em parceria com o Centro Tecnológico da Informação Renato Archer (CTI), vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações do Governo Federal, com apoio do Programa de Suporte à Pós-Graduação de Instituições de Ensino Particulares (PROSUP), da Fundação Capes, e da Unifesp.

 

 

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