E dição
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- setembro 2018
06/09/2018
S A Ú D E
Santos: Odontologia hospitalar agora é lei
Agora
é Lei: os hospitais públicos e privados de Santos terão os serviços
da Odontologia Hospitalar. O Projeto de Lei, de autoria do vereador
Braz Antunes, foi sancionado na última (05/09) pelo prefeito Paulo
Alexandre Barbosa.
“É um dia histórico para nossa Cidade”, definiu Braz, lembrando que
Santos é o segundo município do Estado a ter uma legislação nesse
sentido (o outro é São Paulo/Capital). No ocasião, o vereador também
fez questão de ressaltar como a proposta funciona no ambiente
hospitalar. “A atuação do cirurgião-dentista é fundamental na
prevenção de infecções, na redução do tempo de internação, além de
melhorar a qualidade de vida do paciente”, afirmou.
Entre os benefícios, Braz destacou o atendimento ao paciente
oncológico: um efeito colateral frequente da quimioterapia e da
radioterapia é a mucosite, provocando feridas na boca, afetando a
fala e, principalmente, a alimentação, fazendo com que, muitas
vezes, a pessoa receba alimentação parenteral, aumentando os custos
do tratamento. “E é o cirurgião-dentista quem atua para aliviar esse
sofrimento, utilizando recursos como a laserterapia”, destaca.
A assinatura da Lei teve as presenças do secretário de Saúde, Fábio
Ferraz, e de representantes da classe odontológica, como Denise
Caluta Abranches, presidente da Câmara Técnica de Odontologia
Hospitalar do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP),
que atua na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), e Reinaldo
Guedes Jr., diretor do Sindicato dos Odontologistas de Santos (Sindiodon),
além de profissionais habilitados em Odontologia Hospitalar.
O prefeito destacou a importância da proposta. “Santos tem leis
pioneiras em várias áreas e esta é mais uma que traz inúmeros
benefícios. É importante que a Cidade avance na saúde pública,
valorizando também os profissionais da área”, afirmou.
Na ocasião, Denise Abranches destacou que a habilitação em
Odontologia Hospitalar, que existe desde 2016, trouxe não só uma
nova área de mercado para a categoria, mas, sobretudo, um ganho
substancial para o paciente. “Essa assistência promove, além da
melhora na qualidade de vida, a redução da necessidade de
medicamentos e da nutrição por meio de sonda e também a
desospitalização. Estudos mostram a redução de três a cinco dias a
menos de internação (no caso de pacientes oncológicos)”.
Vereador
Braz Antunes |
A exemplo do que acontece na Capital e pouquíssimas
cidades brasileiras, a especialista também valorizou a
integralidade da Lei santista, no sentido de prestar
atendimento a todos os pacientes acamados, e não somente
aos que estão internados na UTI – o que acontece com a
maioria das leis que envolvem a Odontologia Hospitalar
no País, geralmente amparadas por um projeto antigo que
tramita no Senado.
Para Braz (foto ao lado), a medida deve ser encarada
pelos gestores como investimento, e não gasto. Segundo
ele, após 48 horas numa UTI, a pessoa sofre a ameaça de
micro-organismos que podem gerar pneumonia nosocomial e
outras doenças infecciosas provocadas, principalmente,
por bactérias colonizadoras e oportunistas da cavidade
bucal. “Além do mais, há correlação direta entre as
condições bucais e danos à válvula cardíaca, tanto que a
endocardite bacteriana é responsável por um grande
número de vítimas fatais. Em hospitais onde há a
presença de cirurgiões-dentistas, entretanto, o número
de óbitos por infecção é muito baixo”, destaca. |
De acordo com informações da Prefeitura de Santos, a cidade conta
com três unidades municipais de natureza hospitalar: o Complexo
Hospitalar da Zona Noroeste, o Complexo Hospitalar dos Estivadores e
o Hospital de Pequeno Porte (HPP, antigo PS Central). A rede
municipal conta 113 dentistas, dois Centros de Especialidades
Odontológicas (CEOs) e 23 unidades com atendimento odontológico (UBS
e USF). Outro hospital público da Cidade é o Hospital Guilherme
Álvaro (HGA), que é estadual.
“Santos vai servir de exemplo não só para as demais cidades da
região, como para todo o Brasil”, diz Braz Antunes.
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